segunda-feira, 30 de maio de 2011

Colle di Val d’Elsa. A surpresa entre San Gimignano e Volterra

Para os interessados em explorar a Toscana, aqui vai mais um dica de roteiro: San Gimignano, Colle di Val d'Elsa e Volterra. Se cada uma dessas localidades reserva sempre uma agradável surpresa, o caminho que te levará até lá já é, por natureza, um bom retorno as suas expectativa, afinal você está na Toscana (!).


De San Gimignano a Colle di Val d'Elsa são apenas 19 km. Ela está localizada acima do vale do rio Elsa, sobre o percurso da antiga Via Francigena, estrada medieval no coração da Toscana por onde passaram inúmeras peregrinações medievais. A cidade tem uma posição estratégica, perto de Siena, Firenze e Volterra. Assim como essa localização contribuiu para sua importância e desenvolvimento, para o turista é um grande benefício, pois facilita a visitação.

La Porta Nova


Olhando de fora, a cidade parece ser pequena, mas é puro engano,ela possui 20.000 habitantes. Originalmente a cidade era composta por três vilarejos autônomos: Borgo di Santa Caterina, Castello di Piticciano e Piano – que foram agrupados. Os dois primeiros vilarejos eram os mais antigos, e habitados pelas classes dominantes, enquanto Piano abrigava uma área industrial responsável pela fabricação de papel. Com o passar do tempo novas atividades econômicas começaram a movimentar a cidade que passou a produzir cristais em grande quantidade. No século XIX Colle di Val d'Elsa ficou conhecida como a "Cidade de Cristal". Atualmente ela é responsável por 15% da produção mundial e mais de 95% da produção italiana.

Alta Colle, Borgo di Santa Caterina e 
Castello di Piticciano








Colle Il Piano

Engana-se quem pensa que essa cidadezinha tenha apenas o lado moderno. Na verdade ela tem seus atrativos históricos de grande importância: dois museus provinciais, o Museu de Arte Sacra e Cívica e o Museu Arqueológico Ranuccio Bianchi Bandinelli, bem como o incrível Museu do Cristal.



Museo del Cristallico
Entre os produtos não-alimentares não há nada mais tradicional e típico em Colle di Val d'Elsa que o cristal. Os primeiros documentos atestam originalmente a produção de vidro, para só recentemente passar para o cristal, uma tradição que chega até os dias atuais. Em Colle di Val d'Elsa, produz 95% de todos os cristais italianos e 14% de todo o cristal do mundo, com uma produção de grande valor, beleza e variedade.

Piazza Canonica

Centro de arte e cultura ao longo do século XX, hoje Colle di Val d'Elsa é apresentada como uma encantadora cidade, com prédios antigos e modernos aninhados entre as verdes colinas que margeiam o rio Elsa.



Além da produção de vidros e cristais que fazem parte da história de Colle di Val d'Elsa desde os anos de 1300 aproximadamente, há também outros produtos locais que tradicionalmente sempre encantaram – inclusive nos dias de hoje: os doces. Esses seguem o conceito de variedade e qualidade assim como os cristais e são muitíssimos recomendados, os queijos, salumis, e o vinho



Locais mais importantes de Colle di Val d'Elsa:

Il Palazzone (sistema de ensino superior, PUC, Campus Universitário Colle - Colle Polo Universitário, com o curso de três anos de estudo para um curso de graduação em química e tecnologia de materiais ), Piazza Arnolfo (lá você encontrar a velha estação, um belo edifício que já abrigou a estação de trem, e agora serve como um marco importante para o serviço de ônibus da cidade) e a Piazza del Duomo

Dica básica: esqueça sua dieta quando estiver na Toscana





Seguindo a rota para Volterra, pela bela strada regionale 68, há 35 km…  





Sabemos que Firenze é um dos destinos mais clássicos na Itália. San Gimignano, embora próxima da capital da Toscana (40 km) é destino daqueles que já estão em um nível mais ousado de "garimpo" pela belíssima região e que contam com carro ou já estejam habilitados as linhas de ônibus. A pequena Volterra, no entanto é uma comuna que se torna ainda mais especial devido a sua localização, que a deixa como destino ainda mais difícil de se visitar. Volterra fica a cerca de 80 km de Firenze e 35 km de San Gimignano.



Via 20 Settembre, 50, 53034
Colle di Val d'Elsa, Siena, Itália
Tel: +39 0577 920549
Este exclusivo restaurante está localizado no centro histórico da cidade, no interior de um Palazzo do século 16. Só oferecem 6 mesas (para quatro pessoas cada). Tem um bonito terraço panorâmico e é considerado um dos melhores restaurantes da Toscana, tendo recebido vários prêmios ao longo dos anos, possui duas estrelas do guia Michelin. A adega oferece uma excelente variedade. Restaurante requintado.


Via del Cerro 11
Tavernelle Val di Pesa (FI)
Fechado: terça-feira
Tel: (+39) 055 8070000
Este é um "ristorante", o que significa pagar um preço ligeiramente superior ao de uma trattoria padrão, mas o alimento é, em teoria, de uma melhor qualidade. Este foi um caso. O menu apresenta muitas especialidades toscanas, incluindo um pappardelle de javali ("pappardelle al ragu di Cinghiale"), com massa caseira deliciosa. Foi um dos pratos de massas mais gloriosa que eu já comi, similar na aparência e textura de uma bolonhesa, que harmonizou muito bem com a garrafa de Chianti Classico que pedimos. Típica comida toscana. 


sábado, 28 de maio de 2011

Toscana. A região encantada

A região possivelmente mais visitada, extraordinariamente rica em obras de arte de todas as épocas, ainda guarda lugares de rara beleza, desconhecidos para a maioria.

O território desta região é em grande parte formado por doces colinas arredondadas, encimadas por ciprestes, com campos bem cultivados, casario de bela arquitetura e extraordinárias paisagens. Ao norte, surge a cadeia dos Apeninos; a oeste, seu litoral é banhado pelo Mar Tirreno; ao passo que a parte meridional está separada só administrativamente do Alto Lácio, tanto a ser também chamada de Túscia lacial, ou Lácio etrusco. Seu único rio de importância, o rio Arno, corre em meandros desde a nascente rumo ao sul, perto de Arezzo, voltando-se depois para o norte até Florença, e então para oeste.



Perfeitamente integrados com este meio surgem os centros habitados, cujas silhuetas freqüentemente entrecortam o topo das colinas, caracterizando um ambiente, construído pela mão do homem, tão extraordinário quanto o natural: e que tanto nos centros maiores como nos menores, foi o cenário que inspirou toda a atividade artística que floresceu na região, e que é hoje igualmente célebre.

Já no Século XI a.C., a Toscana foi unificada pelo Etruscos, povo até hoje pouco conhecido, que ocupava também parte da vizinha Úmbria e o Lácio setentrional. Muitas foram as cidades por eles fundadas, sempre nos cumes, mas poucos são os restos arqueológicos, também por causa das sucessívas reconstruções; ao passo que nos chegaram intactas numerosas necrópoles. 


Os etruscos
São cidades de origem etrusca: Arezzo, Cortona, Chiusi, Volterra e Fiesole, no interior; e, na costa, outras depois decaídas e desaparecidas (Populonia, Vetulonia, Roselle).

Os Romanos, que conquistaram a região entre os Séculos IV e III a.C., ali construiram uma extensa rede viária, que incluía as vias Aurélia, Cássia e Flamínia, mantendo em vida os centros etruscos. Também aqui são escassos os restos arqueológicos: as plantas urbanas e os anfiteatros - hoje ocupados por moradias - de Florença e Lucca;o anfiteatro de Volterra; além de alguns vestígios em Arezzo e Luni. As cidades de origem romana estão concentradas na parte setentrional, com o objetivo estratégico de controlar os passos dos Apeninos e os vaus dos rios.





Após as invasões dos Bárbaros (Séc. V d.C.), a região foi, primeiro, ducado longobardo e, depois, dos francos (de 774), com capital Lucca. Por volta de 1100, a Toscana pertencia à família de Canossa, juntamente com parte da Úmbria e os territórios de Reggio E., Modena, Mantova e Ferrara, sendo mais tarde anexada ao Reino da Itália.


Desenvolveram-se assim as autonomias comunais tanto que, no início do Séc. XIV, a região estava dividída em muitas pequenas senhorías (Lucca, Pisa, Volterra, Massa, Sovana, Chiusi, Cortona...), entre as quais logo sobressaiu Florença, que em cerca de um século unificou novamente a Toscana, com exeção de Lucca - que permaneceu sempre independente -, e Siena - depois encampada no Séc. XVI.

Firenze , final de 1.300
Grão Duque Cosimo de Medici
Em Florença, no final de 1300, o governo mudou de comunal para oligárquico, para passar depois sob o ducato dos Médici que, com brevíssimas interrupções, mantiveram-se no poder por mais de três séculos, de 1430 a 1737: período em que coexistiram despotismo e mecenato, crueldade e capacidade de reformas, mas que foi todavia um dos mais ricos no florescimento das artes.

Francisco de Lorena
Aos Médici, sucedeu o ducato dos Lorena, que promoveram reformas e grandes obras de saneamento, até quando, com a Unificação, tiveram que abandonar a Toscana, que em 1860 foi anexada ao Reino da Itália.

Na Idade Média (Séc. XI - início do XV), o território da Toscana tomou seu aspecto urbanístico atual. A atormentada orografía e as vicissitudes políticas contribuiram para o surgimento de um padrão de ocupação territorial composto por muitos pequenos centros nas colinas, ao passo que as principais cidades desenvolveram-se ao longo dos rios, ou no litoral. Ademais, todo o território estava pontilhado por fortalezas e castelos. Nesta região, encontram-se assim representadas todas as tipologias de cidade medieval: dos centros em forma de lança (Chianciano, Sarteano), àqueles deitados ao longo de cumes (Fosdinovo, Montopoli, Colle Val d' Elsa); dos com planta circular (Gargonza), àqueles espalhados por mais cumes (S. Gimignano).



Toscana antiga

Escultura de Arnolfo di Cambio em Santa Maria del Fiore (Florença).
Numerosos são também os centros de nova fundação pelas principais cidades, como postos avançados de defesa. Assim, de Siena dependiam Torrita e Rigomagno, com planta regular; à Pisa, pertenciam Cascina, Scrofiano, Monteriggioni, S. Gimignano; enquanto à Florença devem-se Castiglion Fiorentino, Scarperia, bem como três centros projetados sob especiais regras de desenho por Arnolfo di Cambio (1296-1299): San Giovanni Valdarno, Terranuova Bracciolini e Castelfranco di Sopra.

Muitos são os centros com urbanística complexa, com núcleos alto-medievais sobrepostos a ampliações posteriores (Lucignano, Monte S. Savino), ou com modelos ainda mais articulados.

Alguns centros têm até uma planta alegórica, como Montecarlo, cuja muralha projeta o desenho de uma águia agarrando sua presa. Muitas outras são as figuras simbólicas que podem ser detectadas em plantas de povoados, ou em partes delas: basta pensar na posição dos edifícios na praça dos Milagres em Pisa, talvez inspirada no moto das estrelas na constelação de Áries, sob cujo influxo estava posta a cidade; ou, ainda, pelo afã das ordens religiosas em posicionar suas igrejas nos vértices de ideais triângulos equiláteros.


Mapa de Pisa na Idade Média
A feitura de todos os povoados é sempre primorosa, voltada para o uso comunitário, de grande qualidade. Os típos de edificação são os mais variados e complexos, como longo foi o intervalo de tempo em que se originaram, do período românico ao gótico.Temos assim simples casas de habitação, grandes palácios, casas-torres (como em S. Gimignano, Pisa, Vicopisano), em pedra e cal (Volterra), rebocadas (Pescia ou Barga), de tijolos (Città della Pieve). Sempre muito cuidadas são as áreas públicas: das esplêndidas pavimentações desenhadas, em terracota ou cerâmica aos assentos espalhados ao longo dos palácios, aos ganchos para prender cavalos, tochas, flores, ao projeto das escadarias. Qualidade que permaneceu no tempo e que permitiu também às construções posteriores integrar-se com facilidade, mormente os magníficos palácios (como em Cittá della Pieve, Montepulciano, S. Miniato).

Obviamente, todas elas eram cidades fortificadas, às vezes por mais anteparos, e freqüentemente presidiadas por torres e castelos.

Cada centro autônomo era de fato uma pequena capital, com ampla dotação de espaços públicos. As praças estão entre as mais belas e marcantes da Itália - baste lembrar as de Montepulciano, Massa Marittima, S. Gimignano, Volterra, Sovana; ou aquelas de centros mais importantes como Siena, Florença, Lucca. Por sua vez, os palácios comunais são um capítulo à parte da história da arquitetura medieval: baste lembrar aquele modelar de Siena - com a inovação da fachada em curva acompanhando o arco da praça do Pálio -, ou os de Volterra, Suvereto, Montalcino; ou, ainda, aqueles ornados por brasões de armas (conforme um uso característico da Toscana), de Certaldo, Pescia, Scarperia, Cutigliano.

Imponentes são outrossim as catedrais, muitas vezes pensadas para acolher ao mesmo tempo todo o povoado, como em Florença, Pistoia, Siena, Massa Marittima.Com o fim da Idade Média, o desenvolvimento restringiu-se mais às grandes cidades e ao litoral, preservando assim muitos destes centros, que nos legaram os mais significativos ambientes românicos e góticos: os mundialmente famosos S. Gimignano, S. Miniato, Cortona -, e outros menos conhecidos, mas também extraordinários, como, só para lembrar alguns, Massa M., Certaldo Alta, Abbadia S. Salvatore, Pitigliano.

Mas a lista de centros medievais que valem uma visita é muito mais extensa: além dos já citados, é mister percorrer os itinerários desde a Alta Val d' Arno (Stia, Poppi, Bibbiena), à opulenta Valdichiana, ao importantissimo histórico percurso da via Francígena, ligando Roma aos Alpes através de Pontremoli, S. Gimignano, etc.; não descuidando também de centros menores, como Aulla, Campiglia, Sarteano, Vetulonia.

Na Toscana, mais que em outros lugares, esteve de fato sempre presente uma profunda sensibilidade para a arquitetura, que redundou na melhor preservação de tão rico patrimônio, e que finca suas raízes na mesma cultura que deu origem à língua italiana e propiciou o florescimento de tantas correntes artísticas, não obstante a estreiteza do meio.

Após a efervescência da Idade Média, os empreendimentos urbanísticos foram cada vez mais rareando, pois a consolidada unidade do estado não mais impelia a fundação de novas cidades, nem a expansão das existentes.

Por outro lado, com o início de 1500 , ia se esgotando o papel de Florença como centro de atividade artística, substituída por Roma que, com o retorno do Papado de Avignon, estava para assumir o papel e a fama de capital do mundo católico, para onde o mecenato dos Papas, das ordens religiosas e da nobreza passaram a atrair artistas de toda a Itália.

Assim, as idéias urbanísticas escassearam, limitando-se ao rearranjo de partes de cidades conforme os novos cânones da Renascença; à fortificação das cidades marítimas - em virtude da costa ter se transformado na nova fronteira do estado unitário - ; e à uma série de obras de saneamento do território. Desta forma, em Florença abre-se (Séc. XV) a via de' Servi, levando à praça da SS. Annunziata, obra de Brunelleschi, e erigem-se os Uffizi, com a estrada-praça de Vasari (Séc.XVI); ao passo que, em Pienza, o papa Pio II Piccolomini manda redesenhar a vila e a praça principal por Rossellino (Séc. XV).

Em meados de 1500, iniciam-se as grandes obras de fortificação de Portoferraio e, pouco depois (1577), Buontalenti projeta a planta de Livorno, com a nova muralha.

Neste meio tempo, como em outras regiões da Itália, o campo enche-se de suntuosas mansões: após as suburbanas dos Médici, as mais importantes, com parques e jardins de extraordinária beleza, passam a ser aquelas na região de Lucca (em Collodi, Camigliano, Segromigno).

Os últimos desenvolvimentos de interesse são as reformas do Oitocentos, por obra de projetistas-solo, como Poggi em Florença (piazza Michelangelo), Poccianti em Livorno, e Nottolini em Lucca.

As termas e balneários tão comuns na Toscana são ao invês iniciativas neoclássicas (Bagni di Lucca), ou do ecletismo (Montecatini e Viareggio, onde subsistem também edifícios em estilo liberty); enquanto, entre as iniciativas contemporâneas, um moderno enclave turístico foi construido em Punta Ala.
Fonte: www.portalitalia.com.br

domingo, 22 de maio de 2011

Carnaval de Veneza e suas máscaras.

Hoje celebrado em várias partes do Mundo, o Carnaval ou Entrudo, antigo folguedo carnavalesco que consistia em várias brincadeiras. As mais comuns eram as pessoas atirando água, farinha, ovos podres e fuligem umas nas outras. Teve a sua origem na Europa, segundo uns nas festas em honra de Baco ou Saturno da Roma antiga, embora outros se inclinem mais para reconhecer a sua raiz nos rituais celtas pagãos que foram posteriormente regulamentados pela Igreja Católica.

Hoje é quase consensual que a palavra Carnaval originou-se de carne + vale (do latim: caro, carnis = carne; vale = adeus), ou ainda da expressão carne levare ou carnilevamen. As duas expressões têm sentido quase idêntico: suspensão da carne, abstenção de carne, o Carnaval marcava o fim dos prazeres carnais e era celebrado com grande liberdade de costumes, em que se podia comer e beber sem limite, nos três dias anteriores à Quaresma, período de abstinência em que só era permitido comer peixe. O Carnaval de Veneza pode ser considerado o mais importante e famoso de toda a Europa. 



O Carnaval de Veneza é dito ter originado a partir de uma importante vitória do "della Repubblica Serenissima" (como era chamada a cidade de VENEZA naqueles tempos), na guerra contra Ulrico, o patriarca de Aquiléia, em 1162 anos. Para comemorar esta vitória, as danças e as reuniões passaram a realizar-se na Praça de San Marco.

Após a derrota, Ulrico teve de pagar à cidade um touro e doze porcos, como reembolso de guerra. Assim, a partir desse momento, a tradição foi criadam, de "executar" todo ano a mesma quantidade de animais na praça San Marco, toda a população participava da festa, que tinha banquetes, bailes e acrobatas. Carnaval nasceu oficialmente.

É claro, como era habitual naqueles tempos, e devido ao caráter multicultural de Veneza, mágicos e outros se juntaram à festa. Alguns por trabalho, outros somente por diversão.

 O Bauta também é conhecida como a máscara de Casanova. É toda branca em forma de bico, exceto os olhos. Esta máscara também é usado com um chapéu com três pontas. Dá a ideia de misterioso e sombrio. Esta máscara é provavelmente a mais conhecida em todo o mundo. 

O carnaval começou no século XI, quando tinha a duração de seis meses, e alcançou sua maior popularidade no século XVIII. Durante este período, os venezianos de todas as classes sociais, ficavam vestidos com uma espécie de casaco largo preto, chamado de "tabarro",uma capa preta de seda cobrindo os ombros e o pescoço, e o "bauta" (máscara branca em forma de bico). 




Com o tempo, estes simples trajes iguais foram dando vazão à imaginação pessoal, e fez vestidos muito diferentes, que muitas vezes foram inspirados nos personagens do Teatro de Comédia, o mais famoso foi o personagem chamado "Mattaccino". 

Fantasiados tudo era permitido, sem hierarquias sociais respeitadas, as pessoas podiam interferir na aristocracia ou ridicularizar as autoridades. Veneza se transformou em um palco de teatro real, onde as danças, canções e amor foram os protagonistas libertinos. 


As máscaras no Carnaval de Veneza se tornaram um hábito para os nobres inescrupulosos, pois assim poderosos matavam seus rivais ficando impunes e mulheres podiam se entregar aos prazeres do sexo com os servos, pois eram protegidas por uma lei que absolvia as damas da acusação de adultério caso o homem estivesse usando uma máscara, afinal ele podia ser seu próprio marido. Por isso, em 1608 o uso das máscaras chegou a ser proibido, fazendo assim com que o Carnaval de Veneza entrasse em decadência, mas depois voltou a ser permitido e até hoje a cidade festeja durante esse período do ano.

Após quase desaparecer no século XIX, o Carnaval de Veneza vem, desde 1980, sendo revivido e encorajado pelas autoridades. Atrai hoje mais de 100 mil pessoas que, apesar do frio e da ameaça das marés altas que freqüentemente inundam a praça de São Marcos, para ali convergem a fim de admirar o luxo das fantasias e das máscaras.



Em Veneza, nas belas mansões e palácios do Gran Canale, organizam-se também luxuosos bailes, regados a champanhe e animados por ruidosas orquestras. A alta sociedade internacional, afastada do burburinho das ruas, comparece aos salões dos hotéis de luxo, decorados a cada ano com temas retirados das óperas de Verdi. Neles dançam-se valsa, tarantela e até mesmo o samba, cada vez mais popular. O povo, por sua vez, concentrado na Praça São Marcos, se diverte de maneira bem mais desinibida.



Informações sobre o carnaval de Veneza 2011 e preparativos para 2012:





Curiosidade

Commedia dell'arte - Conhecida também como Comédia de Máscaras, a Commedia Dell´Arte era composta por espetáculos teatrais em prosa, muito populares na Itália e em toda a Europa na segunda metade do século XVI até meados do século XVIII. O espetáculo era baseado no improviso dos atores, que seguiam apenas um esquema elaborado pelo autor para cada cena cômica, trágica ou tragicômica. Grandes atores criavam as ações e os diálogos diante do público. Tornaram-se famosas as figuras de Arlequim, do doutor, do capitão Spaventa, de Pulcinella, Pantalone e Colombina, entre outros, com seus tipos físicos regionais, com seus dialetos e temperamentos especiais, vestimentas e máscaras características.




Sites de pesquisa:

sábado, 14 de maio de 2011

San Gimignano. Muito além das torres

San Gimignano é uma comuna de Siena. Fica há 30 km desta e 40 km de Firenze, o melhor acesso é pela autopista. Hoje sua população é de aproximadamente 7.000 habitantes.

Ela é patrimônio mundial da UNESCO, primeira cidade da Província de Siena a ter este reconhecimento.

Da estrada já é possível vislumbrar San Gimignano, que está localizada em uma colina há 334m de altura que domina o Vale do Elsa. São 14 torres de pedras (originalmente eram 72), construídas nos séculos 12 e 13 para demonstrar a riqueza e o poder das famílias mais abastadas.


San Gimignano já existia no tempo dos etruscos e romanos e se desenvolveu na Idade Média graças à localização na Via Francigena. inicialmente era uma cidade agrícola mas, em termos econômicos, esta atividade foi sendo gradualmente substituída pelo comércio. Suas famosas torres começaram a surgir em 1150. Eram tanto um símbolo de status (a minha torre tem que ser mais alta que a do vizinho), como refúgio em caso de ataque.



O esplendor da cidade durou até 1348 quando, por causa da peste negra que infestou toda a Europa e da fome que se subseguiu, teve que sucumbir à Florença. San Gimignano passou por um período de decadência e marginalidade para depois retornar gloriosamente à atenção mundial no século XIX. 


A cidade é um dos melhores exemplos existentes de design toscano medieval urbano.   



Ela foi uma das primeiras cidades de fortes traços medievais que conhecemos na Toscana. 
Ao chegar deixamos o carro no estacionamento público do lado de fora da muralha. A ausência de transito interno é um dos fatores que contribui para preservação da bela cidade, até porque suas vias também são muito estreitas e pequenas. 


Passamos pelo portal principal (a Porta de San Giovanni) e, ao passar por ele foi como se estivéssemos voltado há alguns séculos.

 Flâmulas azuis anil contrastavam com o tom marrom envelhecido das pedras que forram as vias e paredes de todo o piccolo paese

As ruas são típicas do período medieval, com construções de pedras e argamassa onde o sol bate por poucas horas, contudo o suficiente para criar belas nuance de luzes e sombras numa atmosfera memorável.

San Gimignano dá para ser percorrida em um só dia. É fácil explorar o local.
Há duas praças centrais interligadas, a Piazza della Cisterna e a Piazza Del Duomo. A primeira é cercada de torres e vários restaurantes e cafés, o que acaba sendo um bom posto de contemplação e ponto de encontro de turistas. A praça recebeu o nome devido o poço (Cisterna), construído em 1287, no meio da cidade. Na segunda praça estão as principais atrações: a Collegiata e o Museo Civico, bem como o Batistério com seus afrescos e o Museo d”Arte Sacra.


Arco medieval  antes de entrar na
Piazza della Cisterna



Piazza della Cisterna



Piazza del Duomo
Mapa de San Gimignano



As ruas de San Gimignano estão repletas de lojas que vendem artigos artesanais. Levar um desses regali para alguém ou mesmo para si é uma tentativa em vão de querer levar um pedaço desse incrível lugar. Mesmo assim nos rendemos às comprinhas seduzidos pelas cores, formas, perfumes e delicadezas de cada vitrine. Para nós as mais notáveis ​são as lojas que vendem produtos gourmet como o azeite, vinhos, massas e outras iguarias produzidas localmente. Além disso, há lojas que vendem cerâmicas caprichosamente pintadas à mão em tons azuis e amarelo fazendo referência aos girassóis da região. Toalhas de mesa também são bons presentes, pois ajudará na lembrança da cidade e da incrível culinária toscana.



Via della Rocca é o caminho para alcançar a fortaleza da Piazza delle Erbe


Uma viagem de férias para San Gimignano só se completa com uma caminhada até o topo da colina; Rocca di Montestaffoli, atrás da Collegiata, e a oeste da Piazza del Duomo.
Essa fortaleza medieval, com registros que datam 1353, tinha cerca de 250m de muralhas. Foi construída durante o período de submissão de Florença e continha cinco torres para que os guardas pudessem controlar os limites da cidade. Uma de suas torres restante é um excelente ponto de observação da cidade e seus arredores. De lá se vê o Vale Elsa, as colinas e vinhedos fora dos muros são uma lembrança inestimável para levar para casa


Após a sucessão do governo de Siena, em 1978, essa área se tornou um parque, acolhendo inúmeros eventos ao ar livre como concertos de música clássica e recitais de ópera. O evento mais popular é o festival de cinema, que é realizado todo mês de julho. Este é o melhor lugar para um piquenique na cidade, na tranquilidade de seus jardins públicos




San Gimignano é bem conhecida pela produção do vinho Vernaccia di San Gimignano. Primeiro vinho branco italiano a ter a certificação DOCG, citado até mesmo por Dante Alighieri na Divina Comédia. Este é um dos mais conhecidos vinhos brancos da Itália. Ele é amarelo na cor dourada e com um rico bouquet, é apropriado como aperitivo e vai bem com pratos de peixe. Este vinho tem origens muito antigas com registros que remontam ao século 13.








AÇAFRÃO (crocus sativus)
O cultivo do açafrão tem uma longa história. Muitos documentos testemunham as razões do seu cultivo e sua importância na medieval San Gimignano. Era um produto caro para a época (para ter 1 quilo precisamos de 100 mil flores) e teve grande importância para a prosperidade do comércio de San Gimignano. No século XIII o açafrão representou uma espécie de moeda, servindo de pagamento de dívida à Coroa e chegando a ser definido com cultivo oficial da região.

O açafrão puro de San Gimignano é produzido por meio de métodos naturais, que exclui qualquer utilização de produtos químicos em cada fase de cultivo, secagem e armazenamento.
A zona rural de San Gimignano, bem como os muitos produtos de alta qualidade. O açafrão puro de San Gimignano é identificado apenas com uma marca e é um produto de qualidade altissiama como evidenciado pela análise repetida e composição química, de modo que os processos estão em andamento para o IGP (CEE marca sobre as indicações geográficas).


Dicas e informações

Produtos típicos:
Vernaccia de San Gimignano DOCG
Açafrão DOP
Chianti Colli Senesi DOC
Rosso di San Gimignano IGT
Vinsanto
Panforti
Salames
Carne de caça (javali, faisão, etc..)
Carnes (cinta senese)



Ristorante Dorandò (Excelente cozinha, autêntica mas criativa)
Vicolo dell'Oro, 2, 53037
San Gimignano, Siena, Itália
Tel: +39 0577 941862
/ Fecha segunda
Reservas obrigatórias
Dorandò é um restaurante pequeno e acolhedor para as pessoas que consideram que uma boa comida é um dos prazeres da vida. Situado no coração de San Gimignano, entre a encantadora Piazza Duomo e Piazza Cisterna, é parte de um edifício do século 14. É composto de três ambientes, todos decorados em um estilo simples e elegante, com obras de pintores de San Gimignano. Em perfeita harmonia com o lugar, a cozinha, que se inspira o sabor da culinária toscana tradicional, propõe criativos pratos leves preparado com produtos naturais - que podem variar de acordo com as diferentes estações do ano - sempre apresentado um toque de inventividade.



Trattoria Chiribiri
Piazzetta della Madonna, 1, 53037
San Gimignano, Siena, Itália
Tel: +39 0577 941948
Esta minúscula trattoria tem uma das melhores refeições da Itália. Existem apenas algumas mesas e o cardápio é limitado. Uma chance de comer alguns dos pratos típicos na paisagem toscana. É onde os habitantes locais - e não muitos turistas - frequentam. O ambiente é fantástico.



Gelateria di Piazza
Piazza Cisterna, 4
53037 San Gimignano, Siena, Itália
Tel: +39 0577 942244
Sergio é o mestre fabricante de sorvete do Gelateria di Piazza, ganhador de vários concursos como o mundial em 2006, como título do melhor gelato del mondo. Foi premiado também com o Oscar em Londres, por ser o melhor gelato de chocolate do mundo por 5 anos consecutivos (de 2005 a 2009) e outros. Suas criações iniciais tornaram-se famosas: Crema di Santa Fina (creme de açafrão e pinhões), Champelmo (toranja rosa e vinho espumante), Dolceamaro (creme com ervas aromáticas).



Hotel La Cisterna (alternativa custo/benefício)
Piazza della Cisterna, 23
53037 - San Gimignano (Siena)
Tel. +39 0577.94.03.28
Localizado em um edifício histórico de 1200, na Piazza della Cisterna. Característica que, hoje, como 700 anos atrás, é o coração da cidade, a curta distância dos principais museus, edifícios históricos e igrejas. Quartos confortáveis, muitos com uma esplêndida vista para a praça ou para a paisagem toscana.



Localita' Strada n. 27
53037 - San Gimignano (Siena)
Tel. +39.0577.94.32.01
Este hotel já foi um convento franciscano, construído em 1587, e tem vista para a região vinícola de Chianti. Ele fica a poucos quilômetros de San Gimignano. Os quartos do Hotel La Collegiata são decorados em um estilo que lembra os palácios renascentistas de Siena, e estão localizados no antigo claustro do hotel. Os quartos dos pisos superiores têm vista para as 13 torres desta cidade medieval. Passe as suas tardes nadando na piscina grande do hotel ou passeando pelo jardim de estilo italiano do La Collegiata. O último fica em frente à propriedade antiga do hotel, cujos tons de pedra se misturam perfeitamente com as formas e proporções da arquitetura renascentista toscana. Ao fim do dia, você pode jantar sob os arcos do teto romano da capela antiga da propriedade, que tem tons vermelhos e dourados. (Ref. do texto: booking.com)



Como chegar a San Gimignano.


Onde estacionar:
Dentro do centro histórico de San Gimignano foi instituída, há muitos anos, a zona de tráfego limitado (ZTL). A entrada e o estacionamento no centro histórico são permitidos somente aos residentes e pessoas autorizadas. Para os turistas que se hospedam no Centro Histórico o acesso é permitido somente para carga e descarga de bagagens, se corretamente munidos de autorização emitida pelas próprias estruturas receptivas, pela Polícia Municipal ou pela Secretaria de Turismo. Os turistas são de qualquer forma direcionados a estacionar nos três estacionamentos públicos localizados fora do centro histórico e, de lá, se endereçar ao centro a pé ou utilizando o cômodo serviço de ônibus shuttler instituído pelo Município, pagando um pequeno valor da passagem.